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Depois de três anos de existência ligado a Projectos de Escola (Área Projecto), o Blog CODEC (2008/ 2009) continua o seu percurso, enquanto celebração da diversidade e da multiculturalidade. Este ano (2009/ 2010) o CODEC, assumiu outra dimensão, a dimensão da CULTURA,INICIATIVA, DIVERSIDADE E EMPREENDEDORISMO (C.I.D.E.). Bem vindos ao C.I.D.E.!
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Visitem: http://www.myspace.com/pipis_ap
O grupo A tem como tema de estudo, em Área de Projecto, A arte/música como forma de expressão e de comunicação entre os jovens, através dos media: estudo das representações dos jovens (a música como modelo cultural de vida e de comportamento).
Para desenvolvermos o tema, escolhemos alguns problemas/questões a tratar que são as seguintes:
- Origem dos estilos de música estudados (hip-hop/ rock) e as suas raízes culturais
- Qual o impacto da música nas mentalidades?
- Quais as músicas ou músicos/grupos que são modelos de comportamento?
- Qual a influência da música no modo de vida dos jovens?
Ao tratarmos destas questões, temos como finalidades perceber a dimensão multicultural do tema, identificar o impacto da música no comportamento dos jovens e conhecer a influência da música no modo de vida dos jovens.
MÚSICA - ORIGENS E FUNÇÕES
A música (musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente por uma sucessão de sons e silêncio, organizada ao longo do tempo.
Muitos autores consideram a música como uma «prática cultural e humana» e «uma forma de arte», embora nem sempre seja feita com esse objectivo. Hoje em dia, não se conhece nenhuma civilização que não possua as suas próprias manifestações musicais.
São vastas as áreas onde se pode incluir a música, pode ter utilidades militares, educacionais ou terapêuticas (musicoterapia). A musicoterapia consiste na utilização da música e dos seus elementos constituintes (ritmo, melodia e harmonia) num processo destinado a facilitar e a promover comunicação, relacionamento, aprendizado, expressão e organização, cujo objectivo é atender as necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas de uma pessoa ou grupo de pessoas que procurem este tipo de tratamento, desenvolvendo ou restaurando funções dos mesmos para que alcancem melhor qualidade de vida.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo.
ROCK N' ROLL - ORIGENS
O Rock and Roll surgiu durante a década de 50, no Sul dos Estados Unidos e rapidamente se espalhou pelo resto do Mundo. Mais tarde, evoluiu para diferentes sub-géneros, no que hoje é defenido apenas como "rock".
"Rock and Roll" tem hoje em dia diversos significados. Define o rock tradicional, ao estilo dos anos 50, o rock que surgiu posteriormente e até mesmo certas vertentes da música pop. Embora inicialmente o principal instrumento do rock and roll tenha sido o saxofone, actualmente a bateria, a guitarra eléctrica, o baixo e por vezes um piano ou teclado são os instrumentos mais comuns neste estilo musical.
Desde os anos 50 até hoje o rock é o estilo musical mais popular do Mundo.
HIP-HOP - ORIGENS
No final da década de 60 foi iniciado um novo movimento cultural: o Hip-Hop. Este estilo surgiu como reacção aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana.
Esta espécie de cultura de ruas reivindica o espaço e a voz das periferias, através das letras questionadoras e agressivas e do ritmo forte e intenso das músicas, assim como através das imagens grafitadas nos muros das cidades.
Este estilo musical é composto por quatro manifestações artísticas principais. São elas: o canto do RAP (Rythm-And-Poetry), a instrumentãção dos DJ's, o Break Dance e a pintura do grafite.
O Hip-Hop foi adoptado sobretudo pelos jovens negros e pobres de cidades grandes, como forma de protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão social.
Desta forma, o Hip-Hop serviu e tem vindo a servir de ferramenta integradora dos jovens na sociedade, tornando cada vez menor a exclusão social.
MÚSICA EM PORTUGAL
Portugal está mais ligado ao Fado e é este o estilo musical pelo qual é conhecido internacionalmente. No entanto, tem-se dado uma recente expansão de outros géneros musicais, como o rock e o hip-hop portugueses. Hoje em dia, as bandas portuguesas de maior sucesso têm estilos tão diversificados como o gothic metal, representado pelos Moonspell, o hip-hop, do qual fazem parte os Da Weasel e outros grupos, como os Madredeus, que recebem influências do Fado e Bossa Nova, e os Wraygunn, com bases no rock, soul e blues.
INFLUÊNCIAS DA MÚSICA NO PLANO EMOCIONAL, SOCIAL E COGNITIVO
A música está presente em todas as culturas e em todas as épocas e consegue, por isso, ultrapassar todas as barreiras e tornar-se numa linguagem universal.
No entanto, a forma como a música acontece nos diferentes grupos sociais ganha diferentes contornos. A música que ouvimos quando colocamos o nosso CD preferido não é vivida da mesma forma que a música que se ouve nos templos budistas, por exemplo. Apesar das diferentes funções e da intensidade com que é interpretada, a música acompanha o ser humano em quase todas as fases da sua vida e, segundo o pedagogo Snyders (1992), as sociedades actuais vivem a música com uma intensidade que nunca se tinha visto.
Essa intensidade é vivida de tal modo e é estabelecida uma relação tão intensa com a música que se constatou que esta desempenha um papel importante no desenvolvimento das crianças. É importante quer para o seu desenvolvimento cognitivo, como emocional e social.
Primeiramente, é necessário ressalvar que, aliado ao desenvolvimento da criança, estão as bases culturais onde se insere.
O bebé, ainda no útero da mãe, reage a sinais sonoros.
Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor. Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. O que estes autores perceberam, e vem ao encontro de muitos outros estudos e experiências, é que a prática musical faz com que o cérebro funcione "em rede": o indivíduo, ao ler um determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); no final, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além disso, os instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treino musical no cérebro é semelhante ao da prática de um desporto nos músculos. Já Platão dizia que "a música é a ginástica da alma".
Até mesmo que não toca nenhum instrumento mas ouve com atenção e percebe como se toca um ou mais instrumentos consegue desenvolver-se e cria estímulos cerebrais bastante intensos. Além de todos estes estímulos provocados pela música, esta pode também ajudar-nos na absorção de informação, através do seu carácter relaxante.
Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam em aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral, aumentam as actividades dos neurónios e as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem.
Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio lógico-matemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher, pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15% a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças. Noutra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a série que faziam aulas de piano duas vezes por semana, apresentaram um desempenho superior em matemática aos alunos de 4ª série que não estudavam música.
Pode concluir-se que a música possibilita o desenvolvimento cognitivo, nas áreas da memória, do raciocínio lógico, do espaço e do raciocíonio abstrato.
No campo afectivo é onde as influências da música estão mais marcadas.
Sandra Trehub realizou uma pesquisa na Universidade de Toronto, na qual comprovou que os bebés tendem a permanecer mais calmos quando são expostos a uma melodia serena e, dependendo da aceleração do andamento da música, ficam mais alertas.
As nossas avós já sabiam que colocar os bebés do lado esquerdo os acalmava, isto porque ouviam as batidas do coração, o que os remetia para aquilo que ouviam enquanto estavam no útero materno.
Alguns países, como o Japão e os países nórdicos, dão aos professores e educadores formação na área da música para que estes aprendam um instrumento e algumas canções, com o fim de atingir bons resultados na educação infantil.
Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá) e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA), desenvolveram uma pesquisa em 2001, na qual analisaram os efeitos no cérebro de pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam profunda emoção. Verificou-se que, ao ouvir estas músicas, as pessoas acionaram exactamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com estados de euforia. Segundo esses autores, isso confere à música uma grande relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer.
Há também inúmeras experiências na área de saúde, trabalhos em hospitais que utilizam a música como elemento fundamental para o controle da ansiedade dos pacientes. A origem deste trabalho remonta à 2a Guerra Mundial, quando músicos foram contratados para auxiliar na recuperação de veteranos de guerra por hospitais norte-americanos. Pode afirmar-se que esse foi um grande impulso para a área de musicoterapia, hoje com reconhecimento académico consolidado. É cada vez mais comum a presença da música nestes locais, seja para diminuir a sensação de dor em pacientes depois de uma cirurgia, como para estimular contrações a mulheres em trabalho de parto ou na estimulação de pacientes com dano cerebral.
No campo social, a música também nos influencia. É por meio do repertório musical que nos iniciamos como membros de um determinado grupo social. Por exemplo: os cânticos ouvidos por um bebé no Brasil não são os mesmos ouvidos por um bebé nascido na Islândia; da mesma forma, as brincadeiras, as adivinhas, as canções que dizem respeito à nossa realidade nos inserem na nossa cultura.
Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando uma criança brinca de roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de forma lúdica, situações de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de afirmação. Fanny Abramovich, num artigo, afirma:
«Ò ciranda –cirandinha, vamos todos cirandar, uma volta, meia volta, volta e meia vamos dar, quem não se lembra de quando era pequenino, de ter dados as mãos para muitas outras crianças, ter formado uma imensa roda e ter brincado, cantado e dançado por horas? Quem pode esquecer a hora do recreio na escola, do encontro do grupinho da rua ou do prédio, para cantarolar a 'Teresinha de Jesus', aquela que deu uma queda foi ao chão e que acudiram três cavalheiros, todos eles com chapéu na mão? E a briga para saber quem seria o pai, o irmão e o terceiro, aquele para quem a disputada e amada Teresinha daria, afinal, a sua mão? E aquela emoção, aquele arrepio que dava em todos, quando no centro da roda, a menina cantava: 'sozinha eu não fico, nem hei-de ficar, porque quero o ...(Sérgio? Paulo? Fernando? Alfredo?) para ser meu par'. E aí, apontando o eleito, ele vinha ao meio pra dançar junto com aquela que o havia escolhido... Quanta declaração de amor, quanto ciuminho, quanta inveja, passava na cabeça de todos.»
Estas cantigas e tantas outras, que nos foram transmitidas oralmente, através de inúmeras gerações, são formas inteligentes que a sabedoria humana inventou para nos prepararmos para a vida adulta. As cantigas tratam de temas como o amor, disputa, trabalho e tristezas, tudo aquilo que a criança enfrentará no futuro. São experiências únicas que nem o brinquedo electrónico mais sofisticado pode proporcionar.
Mais tarde, na adolescência, a música volta a ter um papel de destaque. Sem dúvida que a música é uma das formas de comunicação mais presente na vida dos jovens. Inúmeras vezes, é por meio da canção que temáticas importantes na inserção social desse jovem lhe são apresentadas. A música estabelece um diálogo e é uma porta aberta para a consciência de cada um.
RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA ESCOLA
Iniciámos a nossa pesquisa com a elaboração de entrevistas e questionários. Os questionários foram aplicados, posteriormente, a uma turma de cada ano da nossa escola. No final, recolhemos os dados obtidos nos questionários e elaborámos gráficos, de acordo com os resultados.
A nossa primeira questão do questionário era relativamente aos tipos de música que os alunos gostavam mais. Os dados que recolhemos fizeram-nos concluir que os tipos de música preferidos pelos alunos são o Rock e o Hip-Hop, com 24% dos alunos a preferirem esses tipos de música. Em seguida, situa-se o Pop com 21%. Com valores mais reduzidos estão outros tipos de música, nomeadamente a Kizomba e o Kuduro, com 13% (incluídos no grupo "Outros"), o Reggea com 8%, a Alternativa com 5%, o Jazz com 3% e, por último, encontra-se a música Clássica com apenas 2% das preferências.
A questão dos inquéritos que se seguia era relativamente aos grupos preferidos pelos alunos.
O grupo Likin Park reuniu 35% das preferências, sendo por isso o grupo favorito dos alunos. Em seguida, encontra-se o 50Cent, com 27%, os Tokio Hotel, com 20% e, por último, os My Chemical Romance com 18%. Estes grupos revelaram-se os quatro favoritos dos alunos.
Outras questões relevantes dos nossos questionários eram sobre a influência da música nos jovens. Quisemos saber qual a percentagem de alunos que se sente influenciada pela música: 56% dos alunos consideram que não são influenciados pela música enquanto que 44% declara que é influenciado.
Para aprofundarmos mais a nossa pesquisa, decidimos saber em que aspectos são os alunos influenciados pela música:
- 18% dos alunos são influenciados na sua maneira de vestir;
- 29% dos alunos são influenciados nas atitudes;
- 40% dos alunos são influenciados na maneira de pensar;
- 13% dos alunos declaram que são influenciados noutras áreas.
O Rock e o Hip-hop são os estilos musicais mais ouvidos entre os alunos da nossa escola, estando o Pop relativamente próximo dos estilos mais ouvidos.
Estes resultados são compatíveis os resultados da questão seguinte, a dos grupos favoritos. Essa questão revela-nos que os Likin Park e o 50Cent são os dois grupos mais ouvidos, estando estes inseridos no estilo Rock e no Hip-hop, respectivamente.
Por último, 44% dos alunos indicaram que são influenciados pela música, sobretudo na maneira de pensar (com 40%) e atitudes (com 29%). A maneira de vestir e outras áreas de influência da música possuem 18% e 13% das escolhas, respectivamente. Com isto, verificamos que a música influencia parte dos alunos da nossa escola, com tendência a influenciar sobretudo as suas formas de pensar.
Os Fonzie são uma banda portuguesa formada há doze anos. O seu nome teve origem numa série televisiva, "Happy Days", e decidiram juntar-se porque gostavam de tocar e dos mesmos estilos musicais. Segundo eles, esta foi uma forma de se ocuparem e de fazerem algo que gostassem em vez de consumir drogas.
No início, os Fonzie declaram que eram mais influenciados, sobretudo por bandas americas. No entanto, hoje em dia são menos influenciados e apuram cada vez mais o seu próprio estilo.
Apesar de muitas bandas próximas ao estilo dos Fonzie consumirem drogas, eles são totalmente contra a essa postura, sobretudo porque os jovens são facilmente influenciáveis nestes aspectos. A nova música 'shout it out' ficou associada ao "não consumo" de drogas entre os jovens, tentando por isso passar uma imagem aos adolescentes de "uma vida sem drogas".
Ao falar-se sobre o porquê das letras em inglês, os Fonzie explicaram que a opção deveu-se ao facto de sentirem que ao fazerem as letras das suas músicas em português não iriam ter tanta projecção a nível internacional. O inglês tornou-se, por isso, uma opção viável que lhes garantia um pouco mais de projecção, prova disso são os elogios do público que abrangem, até mesmo no Brasil e Japão. O seu público alvo não é nenhum em particular, pois tiveram uma adesão de várias faixas etárias.
CONCLUSÕES DA ENTREVISTA AOS PROWL (Banda De Garagem)
Os Prowl são uma banda de garagem, da Moita, formada por três elementos masculinos que se iniciaram na música há cerca de um ano e meio. O nome desta banda surgiu sob influência de uma música da banda americana Green Day.
Os Prowl declararam que não pretendem passar nenhuma mensagem ao público, só pretendem fazer música. Apesar disto, têm uma opinião formada sobre a maioria dos adolescentes, achando-os com falta de originalidade e naturalidade e considerando-os superficiais e um pouco "perdidos".
Nas suas músicas falam sobre sentimentos e sobre assuntos comuns ao dia-a-dia de todos, considerando também que a sua imagem é natural. A banda que mais os influencia é Green Day e por isso tocam várias músicas da banda americana que tanto peso teve e tem na formação dos Prowl.
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